28 de dezembro de 2010

Figa

Braços abertos
Mãos almejando sentir
Não o que o destino trouxer
Mas o destino escolhido para viver

Sem o temor das pedras
Os joelhos calejados não mais calejam
Os olhos secos aprenderam a chorar
O ácido cai e dissolve

Medos ganham poder de reação
A mente fornece as armas
Balas de borracha e gatilhos de caneta
Atiram em folhas corpóreas

De repente tudo amortece
As proteções não mais existem
Somente a memória delas
E a lembrança me basta

O caminho é percorrido com ar
O novo fôlego é usado
Sábio idoso e jovem sonhador
Combinação feita para andar

As dores convertidas em pulsão
Fazem dos impedimentos um pedir incansável
A energia infinita traz esperança
Para um tesão insaciável