1 de março de 2017

Canguru



Frio na barriga que não passa
A porta para o mundo está ali
É só atravessar
Sem medo
Transbordando de algo que ainda não sei
Ainda sem coragem para tanta felicidade

O desconhecido encanta
Deixa seu rastro para segui-lo
Cheiro de novo
Aquele gosto que vicia
Aquela sensação que prende
E liberta

Carrego sua lembrança aqui também
Você que ainda está
Você que sempre esteve
Você que não faz mais sentido
Com sua teimosia em permanecer
Pretérito imperfeito

A nova estrada é longe
Oceanos do meu porto seguro
Lugar que não me segura mais

Vou porque não fico
Vou porque aqui não caibo 
Vou porque dói
E eu gosto da dor

Deixo o que foi por aqui
Para ali estar