7 de dezembro de 2020

monossílaba

 












Eu lembro a última vez que te vi

Você em sua despedida

Eu querendo mais

Você não fazia ideia

Talvez ainda não faça

Calar vontades é um caminho sem volta

Quanto maior o percurso

Mais difícil é sair do silêncio

Eu imagino você sorrir

Olhando sua tela

Ao perceber meu nome

Assim como eu

Quase nada falo

Perco meus verbos com você por perto

Mesmo longe

O suor de nervoso queria ser outro

Daquele que se mistura com o seu

E ganha perfume próprio

Eu imagino esse cheiro

Mas me entorpeço com aquele sutil

Aquele que sai de perto dos seus fios 

Escuros como a noite

Imaginá-lo é minha melhor distração

Enquanto o percurso não me dá coragem

Pronuncio seu nome fácil

Música só com letra

Duas

Eu balanço meu corpo

Traz o seu

Encaixa aqui

Minha melodia espera

30 de agosto de 2017

Caçando estrelas

Me contaram que é melhor
Se perder para se encontrar
Encontro paz onde não estou
E nem sei para onde vou
Fico aqui por estar
Espero o próximo trem para algum lugar
Com o objetivo de apenas chegar
Sentada
Deixo os pés descansarem
Enquanto a mente tenta focar
Não penso em nada de novo
Mais do mesmo em círculos
Dando voltas no oito
Percorrendo o labirinto das minhas pernas
Chego no centro do universo
Meu umbigo não existe mais
Deixei partir quando parti
Mas as novas metades não encaixam
Falta a peça esquecida
Ou apenas varrida
Perco as horas para ver se acho
Encontro tempo de sobra no meu relógio
Aquele mesmo que não olho há anos
Cujos ponteiros ecoam a doce serenata do nada
Você me olha mesmo assim
Tentando encontrar aquilo que perdeu
E eu tento apenas me perder novamente
Buscar sentido
Como aquele sábio homem disse

Perco a hora


22 de julho de 2017

Vermelho





A distância relativiza
Confunde
Intensifica
Traz de volta o que não era para estar aqui
Ou faz de conta
O fantasma acordou
Veio com aquele toque que só ele sabe
Suspirou no meu ouvido
Palavras que só eu sei ouvir
Que confundem apenas uma mente
O vinho está parado à frente
Vermelho cor de sangue
Seco
Molhado
7 dólares de pura ostentação
Sem rolha e vergonha na cara
Ele me encara como se pudesse mudar minha vida
Pobre dele… Mal sabe o que mora pelas redondezas
Falta ideia sobre o que ficou esquecido
Você pensa nisso
Eu sinto que pensa
A cada palavra que você imagina dizer
Eu respondo em pensamento alto daqui
A uma distância de vida, estamos conectados
Eu te escuto com a clareza da sua escuridão
Você ilumina o que resta de claro na minha
Queria seu toque agora
Ou o que me lembro dele
Ou o que lembro de você
Não sei o que somos agora
Mas as pernas que tanto andam sentiram falta da nossa escada

Ou talvez seja só a distância
Ou o vinho

14 de julho de 2017

Nova fé naquilo que ali já estava

Busco por um caminho de fé. Mesmo sempre tendo confiado na minha, a vontade inexplicável de encontrar mais sentido nas coisas que acontecem na vida, independente da nossa vontade, cresce com uma força nova. Tento não me prender à tendência de apenas confiar no destino, deixando ele seguir seu caminho e cruzar com o meu. Quero ter a força para ter humildade e reconhecer que preciso de mais. Rezo para tudo que é do bem, que traga o que é bom para mim. Não vou abandonar minha capacidade de fazer por mim, mas preciso de mais para alcançar mais.
Chegar onde hoje as mãos não tocam.
Estar próxima do que imagino ser para mim, mesmo sem saber o que é.
Caminhei muito e ainda caminho.
Minhas pernas aguentam a pressão de carregar tudo o que está dentro de mim. Elas são corajosas e não temem os meus temores. Apoiam-se nos bravos e calejados pés, sujos por tudo que já tropeçaram; limpos por toda a bondade que pode ser carregada no coração dos que tocam o meu.
Hoje consigo abrir mão do muro, das estacas de madeira envelhecida que sustentavam um espírito que já caminhava sozinho. Então, venha fé. Meus pés vão compartilhar com você o caminho que preciso. Eles sabem melhor o que é melhor para mim.
Podem seguir em frente e eu estarei junto, rezando para que fiquemos todos bem.

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Não sei por onde começo. Sei onde estou, mas estou em vários lugares. Pulei o mundo. Vim para o outro lado em busca de sentido. Sabe-se lá o que isso significa. Um novo ou uma releitura do que era o antigo, se é que este ainda existe. As conjugações do haver não param. A cada esquina, surge uma. Melhor, mais clara ou uma plena e calma escuridão. Aqui o escuro não assusta. Sou capaz de caminhar horas sem olhar para trás, pelo menos sem o movimento corporal que move os olhos para o que já passou. Isso é bom. Treina as pupilas a verem melhor, a enxergarem os passos com a clareza de um felino, com o mesmo brilho dos olhos que ainda não consigo explicar. Tento a comunicação dos que ainda não dominam a arte de falar e ouvir e vice-versa. Como uma criança, uso o tato e a sensibilidade que achei ter perdido nos anos do crescimento. Olho nos olhos, leio as bocas e deixo o corpo aprender o resto. Minha cabeça tenta acompanhar todas as novidades que ainda restam absorver. E são tantas! Sinto-me cansada cedo. Acho que o processo de aprendizagem é assim. Exaustão de todas as formas, sem diferenciar dia e noite ou a inversão deles na terra de origem. E ela está tão longe que aperta o peito e depois desafoga. Lavo a alma todos os dias com o simples fato de acordar. A gratidão que não cabia no meu peito agora encontrou um lugar do seu tamanho.

1 de março de 2017

Canguru



Frio na barriga que não passa
A porta para o mundo está ali
É só atravessar
Sem medo
Transbordando de algo que ainda não sei
Ainda sem coragem para tanta felicidade

O desconhecido encanta
Deixa seu rastro para segui-lo
Cheiro de novo
Aquele gosto que vicia
Aquela sensação que prende
E liberta

Carrego sua lembrança aqui também
Você que ainda está
Você que sempre esteve
Você que não faz mais sentido
Com sua teimosia em permanecer
Pretérito imperfeito

A nova estrada é longe
Oceanos do meu porto seguro
Lugar que não me segura mais

Vou porque não fico
Vou porque aqui não caibo 
Vou porque dói
E eu gosto da dor

Deixo o que foi por aqui
Para ali estar

7 de outubro de 2016

Simples



Eu quero a diferença
Entre pontos opostos
Entre as proximidades que não toco
Longe daqui
Perto de mim
Quero a tolerância aos outros
A paciência que não dói
O tempo que não se esvai
As palavras do silêncio
Eu quero você perto
Você que não sei
Você que tem a mim
Você que não chegou
Quero brincar com o futuro
Sem machucar o presente
Viajando com humor
Retornando com sabedoria
Eu quero o melhor de mim
Dentro do lugar que encaixo
No tamanho dos meus sonhos
Na medida do que posso
Quero outra vida
Semelhante a essa
Com as mesmas pessoas
As mesmas dores
E outras felicidades
Eu quero pensar sem forma
A beleza estonteante do simples
E uma xícara de café
Ser diferente sem ser
Querer mais com razão
E no fundo, apenas ser assim

11 de setembro de 2016


Eu não sei direito o que faço
Confundo a mente e engano o corpo
Minto para a sombra
Ela ri
Ela sabe

O espelho não me olha mais
Tem medo da pessoa do outro lado
A violência que sai de mim é branda
Caminha devagar
No caminho frio da destruição

O cálculo é exato
Certeiro como a onda que me afoga
A água que desejo não é essa
Ela sai do seu corpo
E mata

Eu peço por fome
Por mim
Engole o corpo que está aqui
E peço por mais
Mas não por menos

Saia
Despeça-se de mim
O último gole nem sempre é o melhor
Mas é o gosto que fica
Esperando pelo novo próximo

A palavra final já foi dita
Sem mais volta
Se repetida
Saudade fica

Olho para frente
O pescoço estranha

Peles

Ela passa
Como quem tem a vida aos pés
Você apenas olha
Como quem não tem nada a perder

Ela te olha
E você percebe
Perdido entre tantos
Podendo encontrar ela

O impulso ultrapassa portas
Segue pelos corredores quase vazios
Cheios de gente
Só por ela

E ela te desafia
A deixar que comece
Que deixe de ser fantasia
Deixe-a ser

Enquanto concreto é apenas o chão
Você diverte-se com a lembrança
Do certo cheiro que roubaram
E os fios não esquecem

Mas ela ali fica
No lugar seguro
Aquele longe do primeiro passo
No próximo tropeço
Aqui, perto das mãos
Será?


27 de julho de 2016

Procurando por elas


Pediram-me palavras
Poesia que saía de mim ao encontro do outro
Que cortava meus pedaços
Até o sorriso dele

Minhas letras estão aqui
Alternam ordem e desordem
Procuram por palavra, união

A busca pelo próximo estimula
Dedos frenéticos
Nostálgicos
No teclado da vida

A inspiração segue a linha da ponte
Luzes e movimentos que não param
A tela mostra minha poesia
Ou o que consegui juntar de palavras

O sofrimento era meu guia
Cultivava cada gota dele
Criava, aumentava, estimulava
E usava como tinta da minha caneta

Hoje eu quero sorrir
Mas ainda não conheci as letras
Vou borrando com o que há
Enquanto tenho uma janela com vida lá fora                                      

29 de fevereiro de 2016

I've been waiting for you

Olhos cor cinza e coração de pedra
Alma mole, sem Maria
Eu digo o que sinto
E você não sente um sussurro

Faço uma prece por você
Em nome de seu pai, sua mãe e no meu
Oro pelo bem que vive dentro
Que possa viver fora
Que venha viver em mim

Lembro de quando você ainda estava
Sempre perto
Inconstante
Imperfeito
Incompleto
Meu
Metade meu
Sempre seu

E hoje você me diz ser um problema
Meu caso perdido perfeito
Os meus olhos que ninguém quer ver
Os seus que só eu vejo

Então, não me diga que não há
Que tudo é parte da sua viagem espacial
A verdade é que não está sozinho
O líquido que mata uma vez
Quando retorna
É veneno de dois

Não há tempo suficiente para resistir
Não sobra tempo para desistir
Eu permaneço ereta por amor
E me desdobro para seguir pelo chão

A paciência que preciso escorre
Perco litros por dia
O que me mantém de pé
É a força da força que me vê cair

E eu te vejo
Ao longe
E a saudade faz tudo voltar
“Aquela metade ainda é minha”
Grito
Até você virar a próxima esquina
Sina minha



12 de setembro de 2015

Tempo verbal


Ando à frente
Para frente
Paro aqui
Olho para trás
Tropeço nas lembranças
Machuco os joelhos na saudade
Seco as lágrimas com poeira
E respiro o ar duro que você deixou
O passado está tão perto
Encosta, aperta, sufoca
Faz-se presente
Não deixa de ser ontem
As lembranças são vivas
Fazem da minha alma seu alimento
Adoeço da falta
A cada pedaço meu que sai
E não volta
Quero hoje
Quero o hoje
Com você perto ou não
Mas longe do tempo

19 de julho de 2015

Parto

E eu reviro-me à procura de um novo eixo. Algo para seguir sem mais medos de fraquejar, com um caminho novo para novos tropeços. É que eu já me acostumei à sensação de vulnerabilidade a mim mesma, mas as dores de ser sempre menos do que posso fazem de mim alguém que não arrisca ser mais do que pode. A linha tênue e resistente que separa a loucura das ações deixa agora a sensação de tédio da inconstância permanente.
O chão mais sereno carrega a potência de uma avalanche. Um leve tremor abala as estruturas que sofrem com as dores do crescimento. Seguro o choro como uma criança que quer se esconder da fragilidade.
Que quer ser mais.
Maior.
Grande.
E o tamanho pequeno do equilíbrio acha que assim pode ir mais longe.
Mas pode o quê?
Para quem?
À volta, tudo fica reduzido ao mesmo de cada um, voltado a si próprio. E eu aqui, buscando o olhar do outro vendo o que almejo ver em mim. O corpo já está cansado e tenta encontrar posição mais confortável à estranheza de existir.

A consciência de sentir a vida, e não apenas vivê-la, cansa, descansa, excita, goza e renova.

Enquanto cada um encontra sua forma singular e semelhante de estar aqui, eu me reviro novamente para buscar conforto. Alguém diz que a vida é curta e eu peço uma dose de resiliência e prazer para compensar a deformação que sofre o corpo em busca de recuperação.
Escapar da multidão parece uma boa ideia para não sucumbir à tragédia ao lado.
Levanto melhor.
A luz deixa de queimar, mas ainda me surpreendo impedindo-a com as mãos.
As contrações estão mais fortes e brinco com o cordão que sai de mim, mas a ninguém está ligado.
Enquanto faço força para expulsar-me de mim, despeço-me da felicidade que um dia causei a outrem.
E das dores também.
Sinto o corpo dilatar. Centímetros que separam-me de onde tudo começou e onde terminará.
Não quero mais meu útero envolvendo meu corpo.
Fora.
Afora.
Apago a luz e durmo.
Quando acordar, estará tudo igual
Isso basta para ser diferente.

11 de dezembro de 2012

Blue



Converto horas em dias
Dias em anos
Distância em amor
Tempo em saudade

O corpo ausente mostra-se presente
Toque ao longe
Sensação de quase perto
Quase que não basta

A voz cala-se
Pernas não caminham
Os olhos procuram pelo algo
O corpo vivendo a memória

Diga-me quando voltas
Para os braços abrirem 
À procura do que falta
À espera do que completa

4 de setembro de 2012

Doses de mim


Eu não vim aqui para ver o céu cair por terra
Não estou aqui para duvidar do que não vi
E não vou ficar se não valer a pena
Não por mim

Não quero a imperfeição
Mas suporto os erros sãos
Faço dos tropeços degraus
E sigo nas linhas retas
Fazendo dos caminhos a minha direção

Você me diz que é fácil
Boas escolhas e nada mais
Eu te digo que é preciso respeito
O funcionamento com base na sublimação

O circunstancial tem seu sentido
E seu contexto faz significado
Cada momento pode ser único
Com a maré na corrente certa
Levando a vida na direção do meu fado

31 de março de 2012

Ponto comum de paralelas

O poeta diz escrever o que pensa, mas escreve para sentir de outra forma o que sentia até então. Desvenda o mundo imaginário dos infinitivos para transformá-los em palavras. Escreve um sim e o combina com um não, faz os opostos aproximarem-se e produzirem rima. Dê à mão do poeta uma caneta e por baixo dela um papel. Verá surgir dali a mais bela das dores, recém-descoberta ou além vida de vida. O poeta transpira vivências atemporais. Nada se perde na mente de alguém que pensa em versos. Não há memória falha para quem acumula inspirações e não há poucas palavras para descrevê-las. O poeta não morre por dor, ele apenas sofre por ela. O corte passa a linhas e a lágrima escorre entre vírgulas, até secar no último verso. Tudo o que brota no processo de cessar o anseio pela visibilidade da palavra gera um novo significado à já pré-concebida definição. O poeta tem o poder de escrever sobre a mesma vivência de variadas formas, com ou sem rima. Sua mente emociona-se ou repudia o sentido, faz dele apenas mais uma forma de buscar tesão para motivar sua escrita. O poeta não se cansa. Ele é capaz de reviver, de manter, de conservar. Seja o que for. Para o sempre necessário. Se deseja ferir um poeta, corte suas mãos. Se quiser mata-lo, leve seu devaneio de versos soltos, sobrevivente da arte de ser variante de si.

21 de março de 2012

Las escaleras de mi Argentina

A tristeza dos olhos à frente faz chorar o olhar meu. Miro longe, acerto o que não vejo e tateio a superfície que me suporta. A porta quase fechada deixa uma brecha na qual tento encontrar os significados perdidos por você. Procuro-os na penumbra mantida pela luz tímida que emana do que não temos coragem de encarar. Seguramo-nos um no outro para fugir das lembranças do escuro, aquele que prende os pés nos sonhos ruins e impede o acordar. Você me diz que vai ficar tudo bem, enquanto seus olhos contorçam-se para caber dentro do corpo e impedir que as lágrimas caiam ao chão. E secam pela necessidade de expelir a dor. As rachaduras criam uma beleza estranha aos olhos de fora. O sofrimento tem uma beleza artificial de felicidade, necessária para continuar não vendo o que já é insuportável ao restante do corpo. E da mente. E da alma. Eu ofereço minha mão e você a coloca longe da pele. Sentir o toque pode fazer as cicatrizes da pele voltarem a sangrar nos dois. Assim é confortável, amenização sadomasoquista da memória. Firmo a outra mão sobre sua nuca e fixo meu olhar no seco, no belo. Tento tirar dali a razão encontrada ali quando olhei aquele lugar pela primeira vez. Ela continua ali. Eu sei que está. Coberta de um passado que não volta e um presente que não se vê. Mas está. E eu a quero de volta. Sentada ao meu lado nos degraus da nossa escada. Segurando vontades. Segurando o que cabe. Sus ojos miran para el espacio donde vive el pedazo de mi alma que no puedo ver. Conozca lo que no puedo tocar y dígame con su piel.

10 de março de 2012

Expulsão repentina

Eu não quero ser aquela que diz adeus, que rompe portas e sai à procura de alegria. Meus dias de glória enfraqueceram-se, e o desejo de abandonar tudo para trás deixa um borrão naquilo que foi bom. Dias viram meses que viram anos que viram o tempo que não aguento mais. Eu escrevia porque gostava e hoje o faço porque preciso. Olho nos seus olhos e não vejo nada maior do que eu.  Sua luz não atravessa a minha e não me deixa pensando no que eu poderia ter sido. Enche-me de orgulho perceber que, no ápice do seu ego ereto, você não consegue ver o que eu vejo além. Admirar-se demais é tão emburrecedor quanto achar-se incapaz, mas com o agravante de levar a crença de pessoas cegas pelo falso encanto do entrelaçar dos seus dedos pelo cabelo. E você me atinge. Com suas farpas de capacidade, deixa uma latejando no meu dedo. Mas não pense ser isso suficiente para derrubar. Não a mim, pois eu rio enquanto observo outros dois dedos expelindo-a. Meu sangue é forte, meu corpo é resistente, minha alma é calejada. Enquanto você ergue-se, eu preparo o meu sorriso para compartilhar com quem quiser ver a sua queda. Eu estarei aqui, longe de você e perto de mim. Sua pedra eu chuto ao longe. Guardarei apenas aquilo que não quero ser dormindo ao lado do que sei que posso ser. E essa paralelas não se cruzam.

11 de fevereiro de 2012

Ser ou não ser. Não há questão.

 
Não duvide de mim e eu me faço capaz. Duvide de mim e eu te provo que sou. Minha capacidade de ser vem atrelada ao que penso ser. E isso muda o tempo todo. Acordo bela e adormeço fera. Embalo-me nos sonhos perfeitos e acordo na realidade extenuante. Faço tudo o que posso, ou quase nada, no embalo perfeito da minha falta de ginga. O meu caminhar é suntuoso, com ritmo e potência ensaiados, síncronos. Passo força e desenvolvo a confiança. Piso firme, sem maltratar o chão e valorando cada passo. E, a cada um, eu digo em voz alta e para mim que o próximo está por vir. Descansar não é para os fracos, é destinado aos humildes que têm perseverança para continuar sempre. Não parar nunca adoece o corpo e nos faz incapazes de perceber o que chega. Inteligência vem do corpo e o corpo é sábio. Não duvide do que ele pode fazer ou duvidará da razão de ser. Existir é provar a cada minuto que o merecimento por viver é esforço. Requer carinho, atenção e respeito. Tesão pela vida é sentir e fazer do tesão algo real é ação. Eu ajo. Não duvide de mim.