3 de março de 2011

"In my place, in my place..."

Eu não sou dona de mim. Não pertenço ao lugar onde estou. E sim para o que vou. O poder sobre as pernas estende-se à vontade. A liberdade o une ao mínimo fio de sanidade. A fragilidade de sua força aguenta as curvas do meu corpo, mas não as minhas palavras. Eu não sou dona de mim. Não pertenço ao lugar onde estou. E sim para o que vou. O peso é falso e as ideias construídas continuam a sobrepor-se ao real e suportável. O sonho cresce a cada momento e confunde-se às imagens da menina que não sabia amar. Eu não sou dona de mim. Não pertenço ao lugar onde estou. E sim para o que vou. A lembrança de um passado cansado de si volta com vontade de desaparecer no ar, assumir forma mutável e passar a ser outra, de outra. Mas os pés seguem no chão e sentem tudo, com o calor do asfalto queimando as beiradas e fazendo do meio um ponto de insensibilidade. Eu não sou dona de mim. Não pertenço ao lugar onde estou. E sim para o que vou. O lugar a chegar é novo, mas traz as pegadas do último passo. Bom ou ruim, pesado ou leve, com ou sem certeza, ele vem. E quando se tornar realidade, deixarei de pertencer a ele e perseguirei o próximo, onde morará o que sobreviver a mim. Eu sou o lugar.

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