29 de maio de 2011

Gravidade particular

Vou agarrar minhas mãos à primeira corda
Balançar meu corpo em direção aos lados
Sem perder o centro do meio
Ficar tonta por dentro da segurança
Balanço sem sair do lugar
Vagando por cima de quem se segura nos meus pés
O peso não derruba a linha
Eu a escrevi à caneta
Sobre mais linhas de aço
Saio e caço com dedos treinados
Mirando alvos escondidos entre utopias perdidas
Cegas pelo sol
Alimentadas pela lua que não dorme
Acordaram sem enxergar
E deixaram-me ver por seus olhos
O terror da vista viu-se no espelho
Desistiu de sonhar
Sentiu o gosto de não existir
Cedeu às pedras e achou-se ali
Impedindo o concreto de ser real
Desejando voltar ao que não pode
Retrocessos alucinógenos que sonham com a lucidez
A pedra foi contra o vidro
O reflexo caiu ao chão
Procuro por outro
Largo a corda

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