7 de janeiro de 2012

No quiero


Olhos fechados para não ver o que você não deseja ver. Meus olhos choram vermelho e os seus suam. Suor feliz. Abençoado pela ignorância e gozando por prazer.  Os meus derretem com a bênção de ver além; além do que o corpo suporta. A sangue frio. Sem prazer. Este, deixo a você, que segura junto às mãos o que mata e arrepia. A anestesia da mente não faz rir ao lado. Não há lado. Apenas um. Dividido em dois. O que salva e o que adoece. Dói em mim. A fumaça à volta não faz inodoro o sentir. É claro por meio das nuvens envoltas às nossas cabeças, vazias pelo tempo e cansadas demais para tentar racionalizar. Sentir parece o remédio mais palpável para deixar seguir o que não pode voltar. Falar cansa. Adoece as palavras tão amáveis sob meus dedos e distantes da realidade, que é onde devem permanecer. Eu deixo minha mente repousar sobre o silêncio, enquanto busco anestesia suficiente para morfinizar o que não há remédio. Mordo os lábios por mania. Há esperança de alívio na escolha de poder machucar ou não. Escolho o não. Agregar dores não ajuda, mas eu flerto com a possibilidade de. Jogo com elas o tempo todo que me resta para pensar. Balanço nas polaridades enquanto observo meu cinzeiro completar-se. E lembro das extremidades que me fazem cair. Fujo delas como das morfinas que atormentam as sanidades, minhas e suas. Não há oceano capaz de afoga-las. As ondas vêm e cegam. Sal de água, sangue e suor. A mistura de prazer e perdão capaz de deixar sem beleza a mais bela margarida. Aquela que prega sua simplicidade como possibilidade para o que houver. E as pétalas caem. Ocupam seus lugares desorganizados no chão que conhecem. O belo perdura ali. Suaviza o falo da terra. Traz paz. Mas não a mim. 
Tenho sementes.

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