10 de março de 2012

Expulsão repentina

Eu não quero ser aquela que diz adeus, que rompe portas e sai à procura de alegria. Meus dias de glória enfraqueceram-se, e o desejo de abandonar tudo para trás deixa um borrão naquilo que foi bom. Dias viram meses que viram anos que viram o tempo que não aguento mais. Eu escrevia porque gostava e hoje o faço porque preciso. Olho nos seus olhos e não vejo nada maior do que eu.  Sua luz não atravessa a minha e não me deixa pensando no que eu poderia ter sido. Enche-me de orgulho perceber que, no ápice do seu ego ereto, você não consegue ver o que eu vejo além. Admirar-se demais é tão emburrecedor quanto achar-se incapaz, mas com o agravante de levar a crença de pessoas cegas pelo falso encanto do entrelaçar dos seus dedos pelo cabelo. E você me atinge. Com suas farpas de capacidade, deixa uma latejando no meu dedo. Mas não pense ser isso suficiente para derrubar. Não a mim, pois eu rio enquanto observo outros dois dedos expelindo-a. Meu sangue é forte, meu corpo é resistente, minha alma é calejada. Enquanto você ergue-se, eu preparo o meu sorriso para compartilhar com quem quiser ver a sua queda. Eu estarei aqui, longe de você e perto de mim. Sua pedra eu chuto ao longe. Guardarei apenas aquilo que não quero ser dormindo ao lado do que sei que posso ser. E essa paralelas não se cruzam.

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