14 de julho de 2017

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Não sei por onde começo. Sei onde estou, mas estou em vários lugares. Pulei o mundo. Vim para o outro lado em busca de sentido. Sabe-se lá o que isso significa. Um novo ou uma releitura do que era o antigo, se é que este ainda existe. As conjugações do haver não param. A cada esquina, surge uma. Melhor, mais clara ou uma plena e calma escuridão. Aqui o escuro não assusta. Sou capaz de caminhar horas sem olhar para trás, pelo menos sem o movimento corporal que move os olhos para o que já passou. Isso é bom. Treina as pupilas a verem melhor, a enxergarem os passos com a clareza de um felino, com o mesmo brilho dos olhos que ainda não consigo explicar. Tento a comunicação dos que ainda não dominam a arte de falar e ouvir e vice-versa. Como uma criança, uso o tato e a sensibilidade que achei ter perdido nos anos do crescimento. Olho nos olhos, leio as bocas e deixo o corpo aprender o resto. Minha cabeça tenta acompanhar todas as novidades que ainda restam absorver. E são tantas! Sinto-me cansada cedo. Acho que o processo de aprendizagem é assim. Exaustão de todas as formas, sem diferenciar dia e noite ou a inversão deles na terra de origem. E ela está tão longe que aperta o peito e depois desafoga. Lavo a alma todos os dias com o simples fato de acordar. A gratidão que não cabia no meu peito agora encontrou um lugar do seu tamanho.

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