5 de maio de 2010

Gosto tanto de você, Leãozinho

Continuação da fase “de mal com as palavras”. Esse texto veio a calhar para não deixar um espaço em branco. Minha mãe quer palavras destinadas ao meu cachorro. Isso mesmo. Meu super fofo Yorkshire, mesmo sem entender um nada do que será pronunciado, receberá um texto em sua homenagem. Não sei por onde começar... Posso dizer que ele é quase gente? Que gosto mais dele do que de muitos semi-humanos com vestimenta de homo sapiens? Não sei se bastaria. Pelo menos à minha mãe. O nome dele é Billi. Odeio esse nome. Queria nomeá-lo Napoleão. Desde mais pequeno do que já é, manifestava um poder napoleônico - baixinho e abusado. Não precisou dominar grande parte da Europa para provar isso. Seu reino resume-se à minha casa e seu povo era meu Poodle. Fez o pobrezinho ter medo de pisar o chão por meses e, mesmo rejeitando qualquer investida, despertou no Tobi uma paixão platônica digna de novela. Até os últimos dias de sua vida, Tobi sofreu por esse amor e não conseguiu nada além de mordidinhas aleatórias e algumas cafungadas. É importante frisar que não sou responsável pelos nomes dos bichanos! Ele é muito inteligente. Pelo menos, nós achamos. Reconhece os brinquedos pelo nome. Sabe onde estão. Vai pegá-los e traz na nossa mão. Não sai quando a porta está aberta e não faz xixi fora do lugar. Ele tem implicância com alimentos picados em tamanhos grandes. Separa tudo da tigela e não come, para mostrar que não gosta assim. Também não podemos misturar a ração com outras coisas (frango, carne, cenoura etc). Nos dias de sol, estende seu lindo corpinho na varanda e banha-se com as vitaminas benéficas ao seu belo pêlo. Sente-se incomodado com barulho e pessoas que falam alto, mas está sempre por perto quando há uma boa conversa, presta atenção como se entendesse cada palavra. Quando a vó dele (minha mãe) sai de casa, aguarda na porta o seu retorno. Sofre a cada campainha ou barulho de chave que não resulta nela. É educado e fala com todos que chegam. Pela manhã, beija quem desperta. Mas não suporta acordar cedo. Meu cão tem uma certa ética animal. Em casa, no seu território, é uma lady. Incapaz de levantar a voz ou mostrar dentes. Já na rua... Um outro lado da sua personalidade canina vem à tona. Sua aparência parece atrair tudo aquilo que mais odeia: Poodles histéricos-machos-afeminados e cachorros grandes! Não há preferência por raças, cor e pêlos. Quanto maior, melhor. Quanto mais afetado pelo homem, melhor. Por outro lado, é incapaz de atacar uma fêmea, um cão idoso e filhotes, mesmo dentro dos padrões relacionados anteriormente. É no mínimo curioso analisar seu comportamento. Como pode um animal desenvolver seu próprio senso de ética e distinguir as características que serão passíveis do seu instinto? Se dizem que a violência é um instinto animal - o que é duvidoso -, meu cachorro merece o devido reconhecimento por aprender instintos humanos valorados pela sociedade! Até porque tem muito ser andante que não aprende de jeito nenhum! Isso tudo vale como inteligência? Não sei muito bem, mas eu gostaria de ter um homem assim! OBS: Eu iria colocar uma foto do Caetano, mas prefiro a irmã dele! E parece que, nesta foto, ela está lendo o fantástico Fernando Pessoa. Foi mal Caetano, mas foi inevitável a substituição!

Um comentário:

  1. po... me fez repensar meu ódio por Tetrápodes (ou trípodes em alguns casos de caes de rua, que alias, prefiro chamar de tripúpede)...

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