30 de abril de 2010

Ímpar

Era uma vez um grupo. Um grupo de três. Não era um trio, era um grupo de três. Sei que não há diferença de significado, mas, por algum motivo, a palavra grupo me passa uma ideia de escolha. Você escolhe estar em um grupo. E eles se escolheram para fazer parte deste. Não sou muito crédula do destino, mas às vezes ele mostra-se tão evidente que dá até para acreditar no que costumo desacreditar. Não há como não pensar em pré-destinação quando penso neste grupo de três. Três mentes brilhantes, três bons homens, três amigos. É engraçado como as melhores pessoas aparecem tão de repente e em situações tão pitorescas que pensamos estar sonhando. Mas é real. Pelo menos, eu quero acreditar nessa realidade. Também não sou lá muito crédula da tranquilidade eterna. É muito bom cometer erros, quebrar a cara, perder-se e afundar-se para depois relembrar de tudo e soltar aquela leve risada de quem conseguiu andar para frente. Um grupo de três deve rir muito e sempre junto. Quando forma-se um grupo de três como este, as risadas devem ser, no mínimo, fomentadoras de mais atos brilhantes. Eu espero ainda rir muito com o grupo de três. Minha irmã não gosta de números ímpares. Eu, por pura osmose, passei a ter uma certa implicância com eles também. São estranhos, não se dividem pela metade. Com o grupo de três, eu entendi qual é a graça do ímpar. Ele não se divide porque não precisa. É como se fosse formado por indivíduos que não necessitam de par para completar-se. São seres independentes. E é por isso que eu gosto desse grupo de três. Eles não estão juntos para dividir e sim para estarem. O grupo de três tem um poder absoluto. Poder de querer, perseguir e fazer. Não apenas olham, observam. Não apenas escrevem, declamam. Não apenas contestam, refazem. Não apenas pensam, executam. Não apenas existem, reafirmam-se. Não apenas destacam-se, fazem o que falta. Não apenas existem, vivem o mundo. E é por isso que eu quero ver esse grupo de três acontecer. Fazer parte de um grupo de três não é fácil. Mas nenhum é. Principalmente os ímpares, pois é a liberdade que os une. Mas talvez este grupo de três tenha alma de par e sinta que um é a metade errante do outro que vai dar certo. Assim eu espero.

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